A escolha do novo caça do Brasil


A escolha do novo avião de caça da FAB (força aérea brasileira) ainda não teve um final, como deu a entender com o anuncio feito pelo Sr. Presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 7 de Setembro. Na ocasião Lula disse ao seu colega francês Sarkozy que o caça francês Dassault Rafale seria o preferido da FAB. Passado este episódio o ministro da defesa do Brasil Nelson Jobim informou que os outros dois candidatos ainda tem chances de serem escolhidos e que podem apresentar mudanças nas propostas.

Caça Mirage III da FAB
O Mirage III defendeu os céus do Brasil por 33 anos, ao longo deste período passou por duas modernizações de meia vida, mas as estruturas do caça fabricado pela Dassault chegaram ao limite. O Jaguar foi oficialmente retirado de serviço no final de 2005.




Detalhes do cockpit do caça Mirage III da FAB.
O cockpit do Mirage III mostra bem como este caça é obsoleto para os dias atuais. O controle de fogo era baseado no radar Thomson-CSF Cyrano II.


O presidente Lula havia justificado a compra dos 36 novos caças para que os mesmos fossem os guardiões do pré-sal. É importante salientar que esta compra não tem nada a ver com as recentes descobertas do pré-sal. O programa para reequipar a FAB já vem de algum tempo atrás. A FAB adquiriu na década de 70 um lote de aviões de caça da França. Foi criado um esquadrão, 1ºALADA primeira ala de defesa aérea, em 1970 sediado na capital federal para defender a capital do Brasil, mais tarde esta unidade passaria a ser chamada como 1ºGDA, primeiro grupo de defesa aérea. Na ocasião o caça escolhido foi o francês Dassault Mirage III nas versões EBR (monoplace) e DBR (biplace), o lote inicial foi de 17 aeronaves. o primeiro avião chegou em 27 de Março de 1973 e para a época era um avião de performance respeitável. Porém, passaram-se anos e anos e a vida útil da aeronave chegaria ao fim, o que acontece com todos os aviões de todos os países do mundo e a substituição é algo natural, até porque se continuarem a voar sem condições esses aparelhos passam de defensores do país para ameaça a nação, podendo cair a qualquer momento além de serem grandes fazedores de viuvas de pilotos.


Mirage III argentino acidentado e em chamas após falha mecânica.
A Argentina ainda utiliza o Mirage III e como pode-se ver na imagem um caça ultrapassado se torna um grande perigo. Este Mirage III caiu no começo do mês de Julho depois que o motor apagou. O piloto conseguiu ejetar antes da queda.


A FAB início seu plano de substituição do Mirage III em 1991, elaborando requisitos para definir os candidatos a licitação que ficaria conhecida como programa-fx. A escolha do novo caça passou por diversas modificações ao longo de todos estes anos, com inumeras alterações, novos concorrentes, adiamento da escolha do novo caça, entre outro pormenores. Como podemos ver, quando esta licitação teve inicio nem se imaginava em descobrir o pré-sal como alegou o presidente Lula. O Mirage III, conhecido na FAB como F-103 Jaguar, chegou ao final da vida útil sem um substituto definido, o jato francês que defendeu os céus do Brasil por 33 anos foi retirado de serviço em 2005. A FAB teve que comprar um avião provisório até a escolha do novo caça, este avião foi também um francês da mesma Dassault, o Mirage 2000C. Bem mais moderno que o Mirage III o Mirage 2000C foi adquirido de segunda mão dos franceses em um pequeno lote de 12 unidades (10 Mirage 2000C monoplace e 2 Mirage 2000B biplace) que foram entregues entre 2005 e 2008. Porém, o Mirage 2000C não é a escolha definitiva é apenas provisório.


Caças Mirage 2000 da FAB.
O Mirage 2000, conhecido na FAB como F-2000, foi a opção provisória até a escolha do novo caça. Com a mesma configuração de asa em delta de seu antecessor Mirage III o Mirage 2000 dispões de uma melhor suite eletrônica e de um melhor sistema de armas. Porém, ainda não é o ideal para a FAB.


Cockpit do Gripen.
O Gripen  sueco é um caça muito avançado eletronicamente. Pode-se ver os avançados displays de cristal liquido que fazem parte do cockpit.



Caças Gripen.
O Gripen vem correndo por fora nesta disputa. Muito se fala que no primeiro programa-fx o Gripen havia sido o vencedor, mas naquela ocasião o programa-fx foi cancelado.



Caça Gripen.
Ao contrário do Rafale o Gripen já foi escolhido por algumas forças aéreas. Além da Suécia a Polônia e a Republica Tcheca operam o caça da Saab. A Africa do Sul também irá receber o Gripen para equipar suas unidades de caças.




Depois de diversas mudanças a licitação passou de projeto-fx para projeto-fx2 e ganhou novos participantes, até mesmo aviões russos participaram da licitação, além de aparelhos norte-americanos como o F-16 e o Eurofighter europeu. A FAB por sua vez definiu os finalistas da concorrência, o norte-americano Boeing F/A-18E/F Super Hornet, o sueco da Saab JAS39 Gripen  e o francês Rafale da Dassault.
A FAB exige que o vencedor transfira a tecnologia para que o Brasil possa fabricar seus próprios aviões futuramente. Segundo a FAB este quesito não foi atendido pelos russos e este foi o principal motivo da desclassificação do Mig-35 e do Su-35 da Sukhoi que era tido como um dos favoritos e preferidos dos pilotos da FAB.






Caça F/A-18 Super Hornet.
O Super Hornet da Boeing é um caça avançado tecnologicamente, porém é o mais velho dos concorrentes. Nos EUA o F/A-18 é utilizado pela US Navy (marinha de guerra) e opera embarcado nos porta-aviões. Pode-se ver o gancho que prende no cabo de aço quando o avião esta pousando em um porta-aviões.



Cockpit do F/A-18 Super Hornet.
O cockpit do Super Hornet F/A-18E/F é bem avançado a exemplo do Gripen e do Rafale.



Caça F/A-18 vista frontal.
Esta imagem retrata bem o poder de fogo do caça da Boeing. Além dos mísseis ar-ar o Super Hornet F/A-18E/F também poder lançar bombas e mísses ar-terra.



Ao que tudo indica o Rafale francês será o escolhido, mesmo não tendo ganho nenhuma concorrência em que participou até hoje. Os laços com a França são fortes e ao contrário do que muitos dizem por ai não será uma escolha em resposta aos EUA. Na verdade, o Brasil não é um grande comprador de material bélico de ponta dos EUA. Isso porque os EUA não permitem diga-se de passagem, sempre venderam aos sulamericanos material bélico de segunda mão. O pedido inicial de 36 aeronaves ao custo aproximado de U$ 2 bilhões pode ser ampliado futuramente para 100 aeronaves quando a frota de F-5 e AMX da FAB começarem a ser substituídas.


Caças Rafale.
Dupla de Rafale. A tradição de operar aviões de origem francesa parece ser um dos pontos que estão fazendo diferença nesta licitação da FAB.



Caça Rafale.
O Rafale possui um interessante sistema de armas, a versão Rafale F3 é a mais moderna e ao que tudo indica a que será escolhida pela FAB.



Cockpit do caça Rafale.
O cockpit do Rafale é muito moderno e não deve em nada para o de seus rivais, tanto sueco quanto norte-americano. Um cockpit desta envergadura reduz o trabalho do piloto deixando as missões menos desgastantes.



Vale lembrar que os defensores do planalto central sempre foram os francês da Dassault. O importante é que o país defina seu novo caça rapidamente e que a transferência de tecnologia seja concretizada para que futuramente não seja preciso esperar quase 20 anos para se fazer uma escolha que é de segurança nacional.

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+ comentários + 10 comentários

13 de setembro de 2009 às 13:46

ótimo post, parabéns.

14 de setembro de 2009 às 05:53

Estou passando pra contar que fomos Top2 na categoria humor do Top Blog, obrigada a todos que votaram, em 2010 tem mais.
As fotos do evento estão no blog
bjssss e boa semana

Anônimo
14 de setembro de 2009 às 07:06

deveria se investir em educação, saude e habitaçao. e nao ficar comprando artefatos militares que de nada irao adiantar se os estados unidos vierem atacar. essas tranqueras só irao nos defender de nossos vizinhos da america do sul. e para isso nao precisa muita coisa.
andre trindade

Anônimo
14 de setembro de 2009 às 10:01

Se dependesse de mim, não compraria nenhum. Adiaria a compra por mais 50 anos. Há outras prioridades.

Anônimo
14 de setembro de 2009 às 16:17

olha o tamanho do Brasil e me fala realmente se isso é frescura
Estados Unidos o caramba! Que não adiantaria, realmente. Mas sejamos realistas, quem é que vai defender toda essa fronteira que temos, maior parte dela no meio da amazonia? contrabando, tráfico de drogas...

15 de setembro de 2009 às 13:53

Tem que comprar sim. E não só 26 aviões. Nossa Fab tem um monte de sucatas voadoras, e isso é muito ruim para um país que tem um monte de malucos a seu redor. Esse dinheiro existe em orçamento, e é melhor que se compre os aviões antes que alguem coloque ele no bolso e nossos pilotos tenha que patrulhar a amazonia e nossas fronteiras com teco-teco. Quanto ao comentario sobre investir em educação, saude e habitação, sempre há e sempre houve dinheiro para isso, só que ao invés de ir para onde deveria, ele é desviado por gente que não esta nem ai comigo e com quem fez o comentário. O Brasil nesse quesito só vai ser um país melhor quando nós nos tornarmos brasileiros melhoes e cobrarmos das pessoas que estão no pode o que é nosso de direito. Moramos em um país democrático e os nobres deputados e senadores que tanto roubam nosso dinheiro estão lá por incompetencia nossa, pois somos nós que votamos neles.

15 de setembro de 2009 às 14:51

Seu Blog tá muito Da Hora


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http://takecarro.blogspot.com/

15 de setembro de 2009 às 19:49

E pensar que o homem é o único animal racional. Avanços fantásticos na Tecnologia. Em compensação a mesma preocupação em cuidar do seu umbigo. Mais do que na hora dos povos se unirem e melhorar a qualidade de vida. Cada um é responsável. Miséria, fome, guerra deviam ser abolidas do dicionário. Está na hora de investir em projetos que apresentem melhoria na qualidade de vida. A máxima se queres a paz prepara-te para a guerra não está com nada. Mais responsabilidade aos Governantes na hora de optar pela compra de equipamentos militares. Mais responsabilidade aos cidadãos na hora da escolha dos seus Governantes. Não ao armamento. Devemos dar um basta naqueles que crescem baseados na indústria bélica. Tantos recursos poderiam ser melhor alocados e destinados. Não à França, não à Suécia, não aos EUA. O preço é muito alto pela falsa sensação de proteção !

19 de setembro de 2009 às 19:22

Creio que sim deve-se investir em educação, saúde e todas essas prioridades básicas, mas um país não ter um investimento militar, é um tanto perigo sendo que temos as maiores reservas naturais, e é bom pra imagem do brasil, pra que nossos vizinhos saibam com quem estão lidando caso aconteça algo, com esse investimento e ou sem ele a saúde/educação vai continuar o mesmo, o que vai mudar, se nosso bom senso nos votos mudar!

wilson's good to know that the blog is visited by other coutries! Can you read portuguese???? any help, just talk!

=D

Anônimo
3 de janeiro de 2010 às 02:17

O governo faz hipocresia com todos nós, ele tira do cidadão de bem o direito de ter armas e arma-se sem motivo.
Suecos, Americanos e franceses dos três eu prefiro o rafale pela autonomia e capacidade de pouso no São Paulo, mas eu preferiria os caças russos, que sao mas rusticos com grande autonomia, capaz de cubrir todo o territorio brasileiro.

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